A tradicional culinária alagoana
Por chef de cozinha e pesquisadora Mariana de Castro
Rico em belezas naturais, o estado de Alagoas é um dos lugares mais lindos do mundo.
E é navegando nesta imensidão de águas límpidas que paramos nossa jangada nas cozinhas alagoanas e conhecermos suas delicias.
Cercada de mar e de lagoa por três lados a capital Maceió é um convite ao bom gosto para apreciar diferentes sabores. Seja sentado à sombra de um coqueiro bebendo água de coco e comendo um peixinho na brasa, ou um delicioso bode assado com paçoca ou até mesmo chegando à alta gastronomia de outros países.
Sem contar a doçaria tradicional das vovós, é uma variedade de geléias e doces a base de frutas típicas como a pitomba, jambo, cajá, fruta do conde, cupuaçu e assim por diante.
A grande quantidade de peixes e moluscos é incrível: como as carapebas, camurins (robalo) e curimãs da lagoa Mundaú são de um sabor inigualável, o camarão barba roxa e suas deliciosas fritadas e até o camarão de cueca (deixa-se a metade da casca) e a cabeça de coco. Também das lagoas e manguezais, os guaiamuns com Pirão mexido, caranguejo uçá e suas deliciosas patinhas como tira-gosto. Agulha frita Siri do Pilar, Casquinha de siri de coral, Siri capado (serrado ao meio e ensopado com leite de coco); polvo, lagosta e ostra. Taioba e maçunim (vôngole), moluscos deliciosos, são apanhados com facilidade na coroa de areias.
O mais alagoanos dos pratos é mesmo o sururu. Sua mais tradicional forma de preparo é o Sururu de capote, servido na casca. Lavado em muitas águas, é levado ao fogo, onde junta seu próprio caldo, rico em fosfato. Come-se com Pirão coberto. Há ainda o Sururu ensopado e a Fritada de Sururu.
Seria suspeita para eleger o prato mais gostoso, mas por experiência pessoal sempre me lembro dos deliciosos caldinhos de sururu, maçunim, feijão, camarão que degusto na linda orla da cidade.
Mas para mim não existe cozinha alagoana sem falar das Irmãs Rochas, elas colocaram as delicias do estado no mundo todo.
As irmãs Jacy, Bartyra, Maria, Yeda e Moema e Jacyra foram e sempre serão referenciais em comidas tradicionais, daquelas receitas que passaram de mãe para filha, com sabores inesquecíveis de comidas da vovó em seus quitutes doces e salgados.
Com o passar dos anos algumas das irmãs já partiram e até pouco tempo atrás era possível se deliciar no restaurante que levava o nome delas com um delicioso Buffet de pratos típicos regionais, sertanejos e contemporâneos num ambiente de muito bom gosto.
O cantinho gastronômico não existe mais, mas as receitas perduram e hoje escolhi uma dentre tantas do acervo das irmãs para dividir com vocês: Brasileira da Caetana.
Caetana era uma antiga escrava do Dr. Leocádio Vieira proprietário do Engenho Cumbe em Marechal Deodoro-AL. Depois da abolição, Caetana costumava vender doces em tabuleiros nas ruas de Maceió.
INGREDIENTES
1 COCO RALADO GRANDE,
1 XÍCARA DE AÇÚCAR,
1 COLHER DE SOPA DE MANTEIGA,
1 OVO INTEIRO,
2 XÍCARAS DE FARINHA DE TRIGO,
1 COLHER DE CHÁ DE FERMENTO EM PÓ.
MODO DE PREPARO
MISTURAR O COCO E O AÇÚCAR, LEVAR AO FOGO RAPIDAMENTE SÓ PARA DERRETER O AÇÚCAR. DEIXAR ESFRIAR UM POUCO E JUNTAR A MANTEIGA.
QUANDO ESTIVER TOTALMENTE FRIO, ACRESCENTAR O OVO, A FARINHA DE TRIGO E O FERMENTO.
SE O COCO FOR MUITO GRANDE, ACRESCENTAR MAIS UM POUCO DE FARINHA DE TRIGO. A MASSA DEVE FICAR CONSISTENTE SEM CAIR DA COLHER.
COLOCAR EM UMA ASSADEIRA LIGEIRAMENTE UNTADA E POLVILHADA COM FARINHA DE TRIGO, LEVAR PASSA ASSAR NA PARTE MAIS ALTA DO FORNO.
CUIDE PARA NÃO CORAR, SE PREFERIR PEQUENOS BOLINHOS, COLOCAR A MASSA NA ASSADEIRA AS COLHERADAS.
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